O TEMPLO MAÇÔNICO

O TEMPLO MAÇÔNICO

CONSIDERAÇÕES SOBRE O UNIVERSO E A VIDA.

(Segunda Parte)


Autor: Ir.´. Dilson C. A. Azevedo

Voltando ao questionamento inicial sobre o que é a Vida e consequentemente o que são os Seres Vivos, podemos dizer que eles são aqueles que apresentam as seguintes características:

(1ª) Composição química complexa e definida, com predomínio de:

• Carbono,

Único elemento que forma anéis e enormes cadeias com seus átomos.

• Oxigênio,

Sua falta é mortal, e o seu excesso gera radicais livres, associados a várias doenças e envelhecimento.

• Hidrogênio,

Elemento mais simples e mais comum no Universo.

• Nitrogênio (azoto),

Existe nas proteínas, havendo troca constante entre as moléculas azotadas atmosféricas e os compostos azotados no solo.

O Carbono combina com outros átomos para formar grande variedade de moléculas, como por exemplo:

• Aminoácidos,

Essencialmente em número de 20 para o homem, e enigmaticamente levógiros nos seres vivos, desviando a luz polarizada para a esquerda.

• Proteínas,

Reunião de aminoácidos. São o material para a formação e regeneração celular. Atuam como enzimas (aceleram reações químicas) e anticorpos (contribuem na defesa orgânica contra agressões por bactérias, etc).

Átomo é a menor partícula que caracteriza um elemento químico. Em visão simplificada são compostos por prótons, nêutrons, elétrons. Existem 10 elevado a oitenta átomos no Universo conhecido. Molécula é a menor parte de uma substância pura que ainda é aquela substância.

O Hidrogênio e Oxigênio, reúnem-se para produzir água que é fundamental para a Vida Terrestre.

A misteriosa Vida entretanto sempre nos surpreende no aspecto da arrogância de tudo sabermos.

Em novembro de 2010, a NASA, descobriu outra forma de vida, uma bactéria contendo Arsênio, elemento tóxico.

Abre isto a possibilidade de adaptações da Vida em ambientes diferentes do terrestre comum.

(2ª) Apresentam Ácidos Nucléicos,

Ácido Ribonucléico (ARN) e Ácido Desoxir ribonucléico (ADN). O ADN graças a 25000 ou 30000 genes, segmentos de sua molécula presentes em estrutura celular chamada Cromossomo (em numero de 46 no homem) codifica a formação de proteínas, que são talvez em número de um milhão no homem.

Noventa e nove por cento desses genes são compartilhados pelos chipanzés (têm 48 cromossomos), sendo intrigante a origem do restante da nossa diferenciação genética (1%).

(3ª) Regeneração.

Lagartos são capazes de regenerar a cauda.

(4ª) Reprodução,

Ausente em eunucos, crianças, mulas, abelhas operárias, etc.

(5ª) Estrutura Celular,

A célula é a unidade morfológica e fisiológica dos Seres Vivos, que podem ser Uni ou Pluricelulares. Nos Seres Pluricelulares (várias células) ela agrupa-se em tecidos e estes em órgãos.

Existem 10 quatrilhões de células no corpo humano, o que muito excede o número da população humana: 6,8 bilhões de indivíduos (Abril 2010).

(6ª) Reação dos Estímulos.

Por exemplo, luz e calor.

(7ª) Metabolização (transformação de substâncias).

Os Seres Vivos obtem energia a partir dos alimentos, sendo, a mesma usada nas reações químicas, produção de calor corporal, etc.

A metabolização ocorre graças a energia das moléculas de Trifosfato de Adenosina (ATP) presentes em numero aproximado de um 1 bilhão em cada célula comum e situadas nas organelas chamadas mitocôndrias.

Segundo o químico P. Watkins:

“Onde há Vida há ATP”.

Em relação às mitocôndrias convém dizer que o nosso ADN mitocondrial é herdado da Linhagem Feminina (materna), descoberta recente, que explica algumas tradições étnicas e religiosas humanas.

Resumindo de modo muito sintético: Seres Vivos são aqueles que nascem, crescem, reproduzem-se e morrem (desestruturam-se, perdem a forma). Teem assim o que se chama Ciclo Vital.

A Ciência destaca duas possibilidades no aparecimento destes Seres:

(1°) Vinda do Espaço Sideral em meteoritos contendo matéria orgânica, Teoria da Panspermia, já defendida pelo grego Anaxágoras, no século VI a.C.

Sabe-se que anualmente caem, cerca de 10 mil toneladas de sedimentos na Terra, os quais aquecem-se por fricção em contato com gases (atmosfera) que envolvem a Terra.

Em 1970 encontrou-se o Meteorito de Murchinson (cidade na Austrália) com ácidos nucléicos, componentes fundamentais da Vida.

Uma viagem interplanetária seria até possível a bactérias, pois existe em nosso planeta a Deinococcus radiodurans, resistente a altíssimos níveis de radiação, vácuo, dessecação (Revista Fapesp, outubro 2010).

Recentemente cientistas de renome como Francis Crick e Leslie Orgel, sugeriram a possibilidade de uma Panspermia Dirigida por seres alienígenas mais desenvolvidos.

Disse o famoso cientista americano Carl Sagan (1934-1996):

“O que significa para uma espécie inteligente ter milhões de anos? Desenvolvemos o radio, telescópios, e naves espaciais em poucas décadas. Nossa Humanidade técnica tem algumas centenas de anos, mas uma civilização com milhões de anos está além de nós como estamos além de um arbusto ou de um macaco”.

Temos computado até agora, com nossos parcos recursos, cerca 500 planetas extra solares. Um deles ao redor da estrela Gliese 581, com idade entre 7 a 10 bilhões de anos. Lembrando que nosso Sistema Solar tem 4,5 bilhões de anos, imaginemos, havendo vida naquele local, que avanços tecnológicos não teriam.

Existiu um famoso lingüista o Prof. Zecharia Sitchin (1920-2010), autor de vários livros, publicados inclusive em português, que afirma após estudar escritas cuneiformes (feita com objetos em forma de cunha) da Suméria (o atual Iraque oficialmente a civilização mais antiga da humanidade, quarto milênio a.C) ter sido o Homem primitivo aperfeiçoado por visitantes extraterrestres, pois é difícil pelo Darwinismo explicar o súbito aparecimento do H. Sapiens.

Antigos símbolos, segundo ele, lembrariam estes contatos, por exemplo, o Caduceu Babilônico de Ningishizida, deus ligado a medicina, com duas serpentes entrelaçadas em aspirais ascendentes, simétricas e opostas, revelando naquela época a dupla Hélice do ADN, que está relacionado a Vida. Convém entretanto dizer que os Lingüistas e Cientistas tradicionais, desconsideram as traduções e conclusões do citado professor.

 

Esta possibilidade de outras civilizações, extraterrestre, também foi defendida pelo grego Metrodorus de Chios (4° século a.C) que afirmou:

“Parece impossível que em uma grande lavoura cresça apenas uma  touceira de trigo, e num Universo infinito exista apenas um mundo habitado”.

Lembre-se aqui passagens bíblicas que podem sugerir visitantes alienígenas:

(1ª) Gênese 18;

Onde Javé (Senhor) apareceu a Abraão que lavou os seus pés (!!!) e alimentou-o (!!!).

(2ª) Gênese – 6, vers 1 e 2;

Onde “anjos” descem (!!!) do Céu e teem relações amorosas com as filhas da terra, que geram gigantes, mostrando isso inclusive uma compatibilidade genética.( Seria isto mais um aspecto da “imagem e semelhança”?) Haveriam ainda descendentes desses cruzamentos?

Sendo estas considerações verdadeiras, teríamos mais um rude golpe no Ser Humano, como o foi a perda do Geocentrismo (Terra no centro do Universo, e corpos celestes girando ao seu redor) situação dogmática até algum tempo atrás.

Recorde-se neste esclarecimento as contribuições de:

• Copérnico (1473-1543)

Teve livros queimados em praça publica.

• Galileu (1564-1642)

Obrigado a retratar-se por suas idéias, e redimido oficialmente apenas em 1992.

• Felipe (Giordano) Bruno (1548-1600)

Religioso, torturado, queimado vivo para não ocorrer derramento do seu sangue. Teve também dilaceramento de sua língua a fim de impedir falasse verdades ou gritasse durante o seu suplicio.

• Os donos do poder, que estão sempre ocultando o conhecimento (para tirar vantagens) ou desacreditando certos fatos (em público) repetem o comportamento de um padre no comitê consultor, organizado pelos Reis da Espanha, a fim de avaliar a proposta de Colombo (1451-1506) para buscar outras civilizações e que falou o seguinte:” Existe alguém tão idiota a ponto de acreditar que há pessoas do outro lado do Mundo com pés em oposição aos nossos, e cabeça pendurada?”.

Um exemplo da ocultação de Conhecimentos, foi o que sucedeu as idéias de um dos maiores gênios da Humanidade, o inventor Nikola Tesla (1856-1943).

Apesar de inúmeras invenções utilizadas até hoje, uma delas não foi colocada em prática e que seria a transmissão sem fio da energia elétrica.

Isto prejudicaria os investimentos em minas de cobre (usados em fios elétricos) do banqueiro J. P. Morgan. Imediatamente após a morte de Tesla, o FBI apoderou de todos os seus documentos, enviando-os para Washington, com um carimbo: TOP SECRET.

(2ª) Formação de moléculas em nosso próprio planeta, que se organizaram em macromoléculas, e estas em orgânulos que integram as células (unidade básica da Vida).

Entretanto os cientistas D. Green e R. Goldbereen ressaltam: “ A transição de macromoléculas para a célula é um salto de dimensões fantásticas, que está alem da série de hipóteses verificáveis. Nessa área tudo são conjecturas”.( Molecular insights into living process).

De acordo com o físico Paul Davies:

“O tempo necessário para alcançarmos o nível de ordem em que nos encontramos hoje no Universo, segundo processos puramente aleatórios, seria da ordem de pelo menos 10 elevado a 10, elevado á 80 anos, um número inconcebivelmente maior que a atual idade do Universo”.

ADN e suas bases

A célula é constituída por uma parte central (núcleo) e outra envolvente chamada de citoplasma, onde ficam estruturas (orgânulos; como ribossomos que produzem proteínas, mitocôndrias que geram energia, etc.). Ela é limitada por uma membrana protetora que permite a troca de substancias com o meio exterior. Existem cerca de 200 tipos de diferentes células no corpo humano, e responsáveis por várias funções.

O núcleo celular contém uma estrutura filiforme, os cromossomos, 46 no Homem, 23 herdados do pai, 23 herdados na mãe. Em cada organismo Vivo existem número diferentes de cromossomos. Neles está o ácido desoxirribo nucléico (ADN), dois filamentos entrelaçados como uma hélice dupla contendo cadeias de bases nitrogenadas: adenina, timina, citosina, guanina. O ADN que é autoreplicante contém informações codificadas (seqüência das bases) para a perpetuação hereditária da Vida, as características individuais, e o funcionamento celular. Presos a ponta de cada cromossomo estão os telômeros, partes não codificadores de ADN que encurtaram a cada divisão celular limitando a sobrevida da célula e cuja manipulação, impedirá o envelhecimento.

Existem cromossomos X e Y.

Nos espermatozóides (célula masculina fecundamente humana), temos os cromossomos X ou Y, enquanto no óvulo (célula feminina) temos os cromossomos X. Importante é dizer que nessas células existem apenas 23 cromossomos, que ao se juntarem com a célula do outro sexo, perfazem o total de 46, número da espécie humana.

O sexo dos Seres Vivos é determinado pelo macho.

O sexo masculino normalmente tem a composição XY e o feminino XX, embora a realidade possa ser mais complicada. Um exemplo seria a ocorrência de um em cada 20 mil machos de uma composição XX.

São eles seres normais em comportamento e inteligência, porém com testículos menores do que os machos comuns e conseqüentemente, inférteis.

Na biologia também existe um fenômeno intrigante: a parteno gênese (ou telitoquia). Trata-se de algo raro no reino animal e relatado em cerca de 1500 espécies, onde ocorre desenvolvimento de um embrião sem fertilização.

Outra curiosidade biológica é que pesquisadores acreditam que um dia haverá desaparecimento do cromossomo Y, o qual confere normalmente características masculinas ao homem. Citam como exemplo, certas espécies de lagartos em que atualmente só existem fêmeas, devido ao fenômeno da perda de genes ao longo de milhões de anos.

Nesta Evolução Progressiva dos Seres Vivos, podemos destacar as seguintes seqüências:

(1ª) 15 bilhões de anos atrás.

Formação do nosso Universo (Teoria do Big Bang), ocasião em que de um ponto inicial expandiram-se, energia, matéria, espaço.

Considere-se que este momento inicial onde tudo estava conectado talvez indique possa continuar um entrelaçamento quântico (nível subatômico) entre tudo que existe.

(2ª) 4,6 bilhões de anos atrás.

Formação da Terra.

(3ª) 3,8 bilhões de anos atrás.

Surgimento dos organismos unicelulares.

(4ª) 3,5 bilhões de anos, atrás, aparecimento das Cianobactérias, algas verdes azuladas, que usam a luz solar como fonte de energia para a fotossíntese.

(5ª) 2,1 bilhões de anos atrás, surgimento dos organismos celulares com núcleo.

(6ª) 720 milhões de anos atrás.

Aparecimento dos seres Vivos multicelulares.

(7ª) 1 ou 3 milhões de anos atrás.

Aparecimento na África (Etiópia) do Australopthecus afarensis. Em 1974 foi descoberto um fóssil deste Ser (Lucy; nome tirado da canção Lucy In The Sky With Diamonds), considerada nossa ancestral mais antiga, talvez o elo perdido entre os macacos e o Homem. Lícito então é concordar com o que disse Svante Paabo, o maior geneticista arqueológico mundial: “Nós somos todos Africanos vivendo na África, ou em exílio recente de lá”.

Entretanto, agora em Dezembro de 2010, a situação ficou confusa, com a descoberta de hominidios siberianos (denisovanos) os quais cruzaram-se com os africanos gerando descendentes em Nova Guiné.

Que outras visões biológicas poderíamos abordar?

A linguagem transitória, asséptica e fria da Ciência, sem meios de atingir a essência das coisas, fala que a Vida é um conjunto de funções que resistem a Morte (Xavier Bichat 1771 -1802). Recentemente entretanto surgiram visões mais complexas abordando-a através os conceitos de teleonomia (informação armazenada), morfogênese autônoma (construção própria) invariância reprodutiva (capacidade de reproduzir uma estrutura de elevado grau de ordem) defendida por J. Monod (1971 – Premio Nobel de Medicina) ou autopoiesis (autocriação), hipótese desenvolvida pelos neurobiólogos chilenos H. Maturana e Francisco Varela.

Segundo o Prof. Luiz Antonio Andrade (Univ. Federal Fluminense): “De acordo com os últimos” autores a Vida se manifesta como uma unidade autopoiética, formada por uma rede de interações moleculares concatenadas que produz, continuamente, os próprios componentes que participam das interações e das transformações internas da unidade e, além disso, a fronteira que lhe dá forma.

As unidades autopoiéticas são fechadas em sua organização autoprodutoras e automantenedora, mas são abertas às trocas de matéria e energia com o meio.

Essas trocas dependem de uma mobilidade molecular, facilitada pelo meio liquído.

Assim explica-se, justifica-se, e dissimuladamente omite-se o planejamento para que tudo ocorresse deste modo. É mais uma versão da história de uma caixa com letras do alfabeto na qual espontaneamente surgissem as mais diversas obras literárias, esquecendo-se que para isto ocorrer há necessidade de fenômenos não explicáveis pelo acaso.

Pelos conhecimentos até aqui expostos percebemos que a Vida é uma rede complexa de interações tendo começado em nosso planeta provavelmente na água, conforme registros fósseis, e dependente de um mínimo de complexidade.

Destacam-se nela o metabolismo, a autoreprodução, a capacidade de evoluir.

A composição química orgânica não a explica inteiramente, pois um Ser ao morrer, tem inicialmente a mesma composição e estrutura do estado Vivo. Segue-se porém a desorganização, a incapacidade de automanutenção e término da troca de matéria e energia com o ambiente.

Outro aspecto a ser ressaltado é que embora a Ciência, atividade intelectual do Homem, tenha proporcionado respostas e progressos em diversos aspectos da Vida Humana, ela não tem ou terá capacidade de falar acerca do significado da Vida.

Também não dirá porque a matéria que nos constitui adquiriu a capacidade de indagar a respeito da sua própria existência e desenvolver até um senso moral.


O Ir.´. Dilson C. A. Azevedo é membro ativo do GEIA e obreiro regular da ARLS Verdadeiros Irmãos,669.

A PALAVRA DO VENERÁVEL MESTRE!

Palavras proferidas pelo nosso V.´. M.´. Angel Zaccaro Conesa
 durante o nosso jantar comemorativo de fim de ano.

Quero, como Venerável Mestre de nossa querida Loja, em primeiro lugar agradecer a presença das Cunhadas, Sobrinhas, Sobrinhos e Convidados para esta nossa singela confraternização.

Minhas filhas e eu estamos agradecidos por entenderem que não concordamos com o cancelamento deste jantar.Tenho certeza que a Eliana* também assim o desejou e que certamente ela está entre nós.
Quando, em 19 de março de 1996, fui iniciado, lembrando que meu padrinho foi o Irmão Caio, recebi das mãos do então Venerável dois pares de luvas brancas, cujo principal significado é lembrar que um Maçom jamais deve sujar suas mãos com atitudes ilícitas e deve manter-se limpo em sua jornada de construtor da sociedade e de tornar feliz a humanidade. O outro significado é dito pelo Venerável ao iniciado que ele deverá escolher a mulher mais importante de sua vida e entregar a ela o outro par de luvas.

É importante lembrar que a mulher escolhida pelo iniciado, deverá sempre estar de posse das  luvas brancas,  pois em caso de alguma necessidade, ela saberá exibi-las de forma simbólica e qualquer irmão entenderá tratar-se de um pedido de ajuda devendo assim prestar-lhe o auxílio necessário.

O iniciado não terá outra oportunidade na vida de escolher uma segunda proprietária de suas luvas, pois até o fim de sua jornada não receberá outro par de luvas, mas como nossa ordem manifesta-se pela simbologia, vou simbolicamente agora, entregar para  as duas mulheres mais importantes de minha vida, minhas filhas, minhas Colunas do lar, um novo par de luvas para cada uma delas para que simbolicamente carreguem em suas mentes o bom exemplo de vida da sua Mãe. Ela sempre soube nos orientar como uma Grande mulher que foi.
No final de meus agradecimentos e para que não torne esta fala muito longa, quero informar que em nome de todos Obreiros da nossa ARLS Verdadeiros Irmãos,  669, subordinada à GLESP, estamos entregando um mimo para cunhadas e sobrinhas que mais uma vez é simbólico. Este mimo não deve marcar somente nosso encontro mas sim também nossa jornada de construtores da sociedade, lembrando que nossos trabalhos tem a duração de 24 horas, ou seja, não somos Maçons somente dentro das duas horas que permanecemos em Loja e sim quando estamos trabalhando dentro de nossos Templos e cada Maçom é um Templo e este Templo tem a duração da Vida.
Brindemos então :

FELIZ VIDA PARA TODOS NÓS !
Ir.´. Angel D. Zaccaro Conesa

Obreiro e Venerável Mestre da ARLS Verdadeiros Irmãos, 669.
* A querida cunhada Eliana, faleceu há pouco tempo.

 


CONSIDERAÇÕES SOBRE O UNIVERSO E A VIDA.

 
Autor: Dilson C. A. Azevedo

 

“Com o desconhecido, confrontamo-nos com o perigo, o desconforto e a aflição; o primeiro instinto é abolir essas sensações dolorosas”. Primeiro principio: qualquer explicação é melhor do que nenhuma...



A busca por causas é assim condicionada e instigada pelo sentimento do medo.


A pergunta “Porquê?” não constitui uma busca em si, mas encontrar um certo tipo de resposta – uma resposta que seja pacificadora, tranqüilizante e reconfortante”.

 
F. Nietzsche (Crepúsculo dos ídolos)

Filósofo (1844-1900)



“A vida é uma estranha hospedaria de onde se parte sempre às tontas, e nossas malas nunca estão prontas, e nossas contas nunca em dia.”

 
Mário Quintana


Poeta (1906-1994)


“A ciência não pode resolver o derradeiro mistério da Natureza, e isso porque em uma ultima análise nós somos parte daquilo que tentamos resolver.”

 
Max Planck


Físico (1858 – 1947)


“O Senhor por ora mal me entende, se é que no fim me entenderá.


Mas a vida não é entendível.”

 
Guimarães Rosa (Grande Sertão Veredas)


Escritor (1908 – 1967)


“Eu quase que nada sei.


Mas desconfio de muita coisa”


Guimarães Rosa


Existe uma antiga pergunta até hoje não efetivamente respondida, que é fonte de angústia existencial para o homem:

 
“ O que é a Vida, e qual o seu significado?”

 
Intrinsecamente ligada à esta indagação, surgem também outros questionamentos:

 
1°) “Por que existe algo em vez de nada ?”

 
2°)” Qual a finalidade da Vida neste Universo ( espaço com a matéria e energia que o contém), constituído por 100 bilhões de galáxias ( conjunto de estrelas, gases, poeira), que se deslocam no espaço, cada uma delas com bilhões de estrelas ?

 
• Universo palco vivencial de fugaz experiência humana, em diminuto planeta, colocado na periferia de gigantesca estrutura galáctica, em espiral com um diâmetro de 100 mil anos luz (1 ano luz,unidade de distancia, correspondendo a 9,5 trilhões de quilômetros), e denominada Via Láctea ( Caminho de Leite, mitologicamente gotas de leite do seio da Deusa Grega Juno).

 
• Universo cenário de coisas surpreendentes e inimagináveis, onde apenas o fantástico tem a sorte de ser verdadeiro, como disse o jesuíta Teilhard de Chardin (18881 – 1955).

 
• Universo com Buracos Negros (estrelas que sofreram colapso gravitacional e ambiente no qual nem a luz ou matéria conseguem escapar); Quasares ( núcleo de galáxias que emitem intensas ondas de radio); Matéria Escura, a qual não gera luz, sendo até pouco tempo atrás desconhecida, e predominante (23%) sobre a Matéria Bariônica ( convencional; 7%, bárions,


partículas subatômicas que inclui os prótons e os nêutrons), e finalmente a Energia Escura, a qual acelera o Cosmos ( palavra significando ordem, adorno).

 
• Universo no qual nosso planeta espaçonave circula com uma velocidade de rotação de 1.675 Km/h, e órbita em torno de uma estrela central (Sol) a 107.108 Km/h., fenômenos estes não percebidos por nossos limitados sentidos físicos.

• Universo frio (com uma temperatura de -270,15°C no espaço sideral),


silencioso, infinito, aterrorizante, como disse Blaise Pascal ( 1623-1662), onde recentemente foi detectada uma Galáxia a 13,1 bilhões de anos-luz da Terra, e cuja estrela mais próxima do nosso Sistema Solar, Próxima Centauri, está a 4,4 anos luz, e cuja luminosidade demora 4 anos para atingir a Terra.

 
• Universo que nos envolve e do qual não podemos sair para enxergá-lo de fora, fato gerador de especulações cosmológicas ainda inconclusivas:


- Finito?


Pode ser medido. Não implicando isto em existir um além, pois uma superfície esférica é um universo finito. Viajando-se nele retornar-se-la ao ponto de partida, como está escrito no Tão Te Ching, texto chinês do 6º século a.C. (versão inglesa):


“Going on Means Going Far, Going Far Means Returning.”


(Seguir significa ir ao longe; ir ao longe significa retornar)


- Infinito?


Expandindo-se sem limites e sem fim, no espaço e no tempo.


- Universo parte de um sistema mais vasto do qual ainda nada sabemos?


- Plano?


Euclidiano. Em que os ângulos internos de um triangulo somam 180°.


- Fechado?


Curvatura do espaço positiva como a superfície de uma esfera, na qual a soma dos ângulos citados é maior que 180º.


- Aberto?


Curvatura negativa, como a superfície de uma sela, propiciando soma dos referidos ângulos, menor que 180°.

 
• Universo relacionado ao formato de um toro (espaço lembrando um pneu), ou recentemente após o emprego de sondas espaciais, à uma nova forma, aquela de um Dodecaedro.


O Dodecaedro é um Sólido Platônico com 12 faces pentagonais. Doze é o numero dos signos astrológicos e dos meses do ano. Era utilizado pelos celtas em rituais religiosos e segundo estudiosos esotéricos emite energia.


No interior da conhecida Estrela de 5 pontas, Estrela do Homem, em comunhão com as energias cósmicas e telúricas imortalizada por Leonardo da Vinci, encontramos esta forma pentagonal, na qual pode-se construir outra estrela idêntica e assim infinitamente .


O pentágono ( número 5), encontra-se em vários níveis da criação, na simetria de alguns seres Vivos, nos 5 dedos das mãos e pés, nos cinco sentidos, etc,etc..


Nesta citada Estrela existe a Proporção Áurea, Proporção Divina, expressa pelo número de Ouro 1,618 (PHi) tão importante na Biologia, e que não deve ser confundido como número PI.


De acordo com Jamblico (Filósofo, matemático, historiador, 250-330 d.C):


“ Todo o Universo é manifestamente completado e fechado pela década (10), semeado pela monada ( 1), ganhando movimento pela díada ( 2); e Vida graças à pentada (5).”

 
• Universo que poderia ser um de muitos (Multiverso), surgido da colisão de contínuos (Big Bangs). Universos movendo-se na quinta dimensão (Teoria Ekipirotica, do grego, nascido no fogo). Deve-se dizer que o entendimento de dimensões superiores é apenas compreensível matematicamente, pois apenas temos consciência de 4 dimensões: Comprimento, Largura, Altura, Tempo (dimensão não espacial).

 
• Universo, segundo o Prof. William Fiel, no qual seus 4 elementos fundamentais( Matéria, Energia, Espaço, Tempo) definem varias coisas:


Velocidade = Espaço/Tempo


Aceleração = Velocidade/Tempo


Força = Matéria x Aceleração


Trabalho = Força x Espaço


Potência = Trabalho/Tempo


etc...

 
• Universo feito por Matéria (energia condensada; Energia = Massa x C², velocidade celeritas em latim), Antimatéria (partículas com cargas opostas), Energia (do grego energos, produzir movimento). Energia, é um conceito definido apenas em função dos seus efeitos: capacidade para executar trabalho ou uma ação, não podendo ser criada, destruída, apenas transformada.

 
• Universo apresentando constantes físico químicas, astronômicas e condições precisas para o surgimento da Vida, e obediente a leis as quais não foram criadas por seus elementos constitutivos. Um exemplo seria o fato de que o nêutron apresenta peso um pouco maior que próton, permitindo estabilidade para o átomo.

 
• Universo, segundo a Ciência, destinado a expandir-se eternamente, ou entrar em colapso dentro de si mesmo (Big Cruch, grande implosão), ou oscilar entre expansão e contração.

 
• Universo em que em bilhões de anos, conforme a Astronomia, ocorrerá colisão da nossa Galáxia com a Galáxia de Andrômeda, e também transformação do Sol em estrela gigante vermelha, incinerando os seres vivos na Terra, caso antes o Homo-belicus (homem bélico) ou o Homo stultus (homem tolo, de Richet, premio Nobel de Medicina em 1913), não a tenham extinguindo através um genocídio nuclear.

 
• Universo que ao ser contemplado à noite, ocasião em que a ausência da claridade do Sol permite a visualização das estrelas, nos dá a sensação que nossos limites podem ir além da Terra.


Também no presente, ele nos mostra o passado, pois o que percebemos são informações luminosas de muito tempo atrás, as quais pelas enormes distâncias somente naquele momento nos atingem.

 
• Universo, conforme falou o Teólogo Leonardo Boff (1938): “ Que nos ensina, de forma infalível, a sabedoria, a humildade e a espiritualidade.”

 
3°) Por que a Vida em suas manifestações revela belezas estéticas que nos agradam e assombram? Formas decorrentes de coisas imperceptíveis como a energia e a disposição espacial dos Barions (inclui prótons e neutros) e Leptons (inclui elétrons e fótons), elementos básicos do mundo material, e que nos permite vivenciar a beleza: “Harmonia e concordância de todas as partes, arranjadas de tal forma que nada possa ser adicionado, subtraído ou alterado, exceto para pior (Leon Batista Alberti, 1404-1472)”



4°) Quem sou eu?


Consciência?


Fenômeno cerebral que termina com a morte, ou algo independente conforme mostram os fenômenos parapsicológicos?

 
5°) Por que dentre os 2 milhões de seres vivos catalogados pela Ciência, tenho o dom de uma inteligência especial ( capacidade de pensamento abstrato), a qual busca o porque de todas as coisas, e ocasiona uma evolução, que até desenvolveu meios tecnológicos para mudar nosso habitat nos Cosmos?

 
6°) Por que mantenho uma unidade psíquica em corpo vivo, que renova 98% de seus átomos em um ano?

 
7°) Por que apresento uma harmonia fisiológica em 10 quatrilhões de células, onde ocorrem milhares de reações químicas, simultaneamente, involuntariamente, inconscientemente?


Fenômeno que recorda os pensamentos de A. Pope ( 1688-1744):


“ Não como o Caos que tanto esmaga quanto machuca.


Mas como o Mundo, harmoniosamente confuso, onde a ordem na variedade nós vemos e embora todas as coisa difiram, todas concordam”.

 
8°) De onde venho?


Apenas da poeira das estrelas, ou de uma realidade espiritual para vivenciar uma experiência humana, conforme disse o jesuíta paleontólogo Teilhard de Chardin?


Ou anda como belissimamente falou Augusto dos Anjos (1884-1914):

 
“Sou uma sombra! Venho de outras eras, do cosmopolitismo das moneras... Pólipo de recônditas reentrâncias, larva de caos telúrico, procedo da escuridão do cósmico segredo, da substância de todas as substancias!”.

 
9°) Aonde vou?


Talvez como, expressou-se o filósofo indiano e mestre de Yoga Sri Aurobindo, para algo que ele chamou de Superconsciência, comparável ao Ponto Ômega de Teilhard de Chardin. Lembre-se neste aspecto a história de um rabino ao qual perguntaram por que D’s ao crear as coisas disse sempre que tudo estava bem, porém em relação ao homem nada falou. A resposta dada foi que, em relação ao homem a sua creação não teria terminado.

 
Diante de tudo isso cabe citar o que perguntou o poeta Walt Whitman (1819-1892)


“Por que e por quem tantos milagres são feitos?”.

 
Como afirmou Shakespeare (1564-1616) em sua peça Hamelet: “Há mais coisas no céu e na Terra, Horácio, do que sonha a tua Filosofia”.

 
Alguns indivíduos fogem destas perguntas, vivendo apenas em um limitado, despreocupado, confortável, egoísta, imediatista mundo de ações e reações fisiológicas. Evitam especulações, que perturbariam os seus pontos de equilíbrio e defesa. Protegem-se pela ignorância.


Outros Seres Humanos, porém, angustiados, buscam na Filosofia, e demais Ciências, Fraternidades, Religiões, o caminho de uma Integração Cósmica e resposta aos enigmas existenciais.


Decepcionam-se, porém, muitas vezes, nas acima citadas manifestações humanas, pelas incoerências doutrinarias e sociais dos seus membros, falta de clareza e profundidade dos ensinamentos, exigências absurdas, como por exemplo, submissão e abolição do livre pensamento. Percebem também nesta busca que alguns Entes Humanos apresentam limites, não indo além de suas “cartilhas” sempre defendidas agressivamente, e nunca questionadas por eles mesmos, sentindo-se donos de todas as verdades e olhando com suave superioridade aos “não iluminados”.

 
Como vislumbrar individualmente então a infinidade do Entendimento?


Como sentir a Abrangência, sem correr o risco da loucura, ou seja, desagregação mental?


A resposta talvez esteja, em parte, na busca e integração cuidadosa de tudo que fizer ressonância íntima pessoal, em fontes as mais diversas.


Disse o psiquiatra suíço Jung:


“O homem trabalha e apenas com a metade de sua capacidade psíquica, enquanto a outra metade, permanece desocupada e esquecida.


Aconselhou Santo Agostinho (in de Vera Religione, 39.72) algo útil nesse aspecto:


“Noli foras ire, in te ipsum redi, in interiore homini habitat veritas.”


(Não vás para fora, volta pra dentro de ti; no interior do homem habita a verdade).


Assim nossa Fraternidade (ponte que permite resolver os tenebrosos problemas causados pela desunião e isolamento humanos), recomenda meditarmos, pois além dos benefícios orgânicos (diminuição do estresse, aumento da imunidade celular) nos abre o caminho da Intuição e nos Harmoniza com a fonte Universal da Energia.


Isto recorda as palavras de Einstein.


“Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das Leis Elementares do Universo. O único caminho é o da Intuição.

 
Então, ao meditarmos e intuirmos, a “mágica” acontece, pois conforme falou o Mestre Eckart (1960-1327):


“Quando o superior flui para o Inferior, transforma a natureza do Inferior naquela do Superior”


Nesta procura pela Verdade das coisas e Conhecimento, convem ainda lembrar a lenda Judaica (Midrash, Genisis Rabbah 8:5) a cerca da indagação Divina se o homem deveria se creado. O Amor e a Justiça ficaram a favor, enquanto a Verdade e a Paz discordaram, por admitir pudesse ele realizar atos de falsidade e violência.


O Senhor então jogou a Verdade ao solo fragmentado-a em mil partes, desfazendo o empate.


Ainda que alguém possa encontrar um pedaço, terá pouco significado até que o junte com outros que tenham obtidos diferentes pedaços. Aí então, lenta e deliberadamente podem ser reunidos os fragmentos da Verdade, como um quebra-cabeça, para o Entendimento, o sentido das coisas.

O Ir.´. Dilson C. A. Azevedo é membro ativo do GEIA e obreiro regular da ARLS Verdadeiros Irmãos,669. 

O OVO DA SERPENTE


Autor: e. figueiredo (*)

"O homem é um abismo e a vertigem me
assalta quando contemplo suas profundezas."
Georg Büchner


No momento que alguém está sendo iniciado, para ingresso na Maçonaria, aqueles que assistem e participam da cerimônia, não podem intuir que ali, possivelmente, poderá estar um grande Maçom, que um dia estará exercendo altos cargos na entidade ou, até, fora dela. Naquele instante está se presenciando a costumeira Sessão Magna de Iniciação, e que nas reuniões seguintes o neófito começará a receber as instruções previstas para começar a lapidação da Pedra Bruta. Em outras palavras, a iniciação, em si, tem a intenção de purificar o estranho e prepará-lo para receber os ensinamentos que ser-lhe-ão ministrados por etapas. Então começa seu crescimento espiritual no primeiro degrau de uma hierarquia simbolizada por uma escada que se perde nas alturas do céu. Cada novo degrau será acompanhado de novas cerimônias iniciáticas e com revelações mais profundas. Não obstante, ninguém, em sã consciência, poderá adivinhar o real destino do novo Irmão que está nascendo, ao receber a Verdadeira Luz, que imaginamos ser. Somente o tempo dirá....

O Maçom autêntico se orgulha quando sabe que heróis da pátria, líderes honestos, formadores de opinião corretos são Maçons, pois vê neles o exemplo que deve ser seguido e espelhado. Entretanto, quando toma conhecimento da existência de que maus políticos, governantes aproveitadores, dirigentes corruptos, pertencem ou vieram a pertencer à Sublime Ordem, o Maçom puro, honesto e realmente de bons costumes estranha e fica estupefato. O pior é que é possível encontrar maus elementos agindo da mesma forma dentro da entidade, contrariando, sem pudor, a linha comportamental e a postura digna de Maçom. Quer dizer, fundamentando-se nas leis da aprendizagem Maçônica e do condicionamento, que modifica o indivíduo, levando-o a diminuir seus comportamentos inadaptados e aumentar seus comportamentos adaptados, para esses, o resultado foi inverso. Nem a Iniciação ele entendeu !

Quando deparamos com esses Maçons, cujas atitudes desvirtuam dos princípios da Sublime Ordem, ficamos imaginando o dia da sua Iniciação, quando além das investigações de praxe, que antecedem a sua aceitação para ingresso, até o quê lhe é dito durante o ato e os seus juramentos que se sucedem. Não nos esquecendo que ele passou pela Câmara de Reflexões , em cujas paredes estão pintadas várias inscrições de advertência, sendo que uma delas diz, textualmente, “se fores dissimulado, serás descoberto”. Posteriormente o Aprendiz Maçom, por meio de participações em cerimônias, chegará ao grau de Mestre Maçom, passando antes pelo de Companheiro Maçom. Esse processo costuma estender-se, aproximadamente, por dois anos, período suficiente para entender, compreender, absorver e se integrar ao espírito Maçônico. Se persevera utilizar nos acontecimentos de suas atividades cotidianas – o progresso ritual que realizou através dos graus simbólicos – com o tempo conseguirá uma espécie de maturidade psicológica que implicará no seu título de Mestre Maçom. Obviamente, não deixa de ser uma tarefa árdua, porém, será um trabalho que servir-lhe-á por toda a vida. O Maçom terá de entender os princípios, mesclados durante as instruções que recebe como um modo de crescimento pessoal, primeiro como conceitos intelectuais e, depois, com a prática, a ter consciência de sua realidade através da experiência ao longo de sua atividade diária no mundo físico. Após alcançar a plenitude simbólica o Maçom passa a ter consciência de que ele não é mais um homem comum, mas sim, passou a ter qualidades superiores que o distinguem na coletividade em que vive.

São os próprios Maçons que arregimentam outros para a Ordem, e, para tanto devem estar imbuídos dos preceitos cuja escolha não traga elementos que possam provocar lamentações posteriores. Ao se convidar determinada pessoa para fazer parte da Maçonaria, leva-se em conta uma série de fatores que envolvem a sua vida cotidiana, até então, para ver se se enquadra no perfil do cidadão livre e de bons costumes, aprofundadas através de investigações, entrevistas e sindicâncias para apurar se as informações obtidas procedem. Mas, se a Ordem se acerca de todos esses elementos, como se explica que por vezes, aquele Iniciado não corresponderá aos seus princípios ? Por que o aprendizado recebido, que seria aplicado para o bem, ficou direcionado para o mal ?

 

Não há alternativa, numa Maçonaria que se deseja justa e perfeita, sem os cuidados que se deve tomar visando o seu funcionamento com os preceitos básicos que estão sintetizados nas Constituições de Anderson. Se nos permitimos passar por cima desses preceitos, estaremos, eternamente, pondo para chocar o ovo da serpente. Para salgar a terra onde esse ovo possa vir a desenvolver-se há uma necessidade imperiosa para que se cumpra todos os itens quando da admissão de um profano, de uma forma íntegra, séria e sem apadrinhamento espúrio. Algumas condições devem ser consideradas, como a amizade, a posição social, o modo de vida, o parentesco e o relacionamento profissional, todavia, elas não são imperativas. Às vezes um amigo ou um parente por mais íntimo que seja, pode merecer toda consideração como tal, entretanto, não ser digno de que depositem nele a confiança necessária para ser candidato a Maçom.

Recordemos os primeiros artigos dos Estatutos de Anderson que rezam, entre outras coisas, “que um Maçom é obrigado, em virtude do seu estado, a obedecer a lei moral, e, que consiste em ser bom, sincero, homem de honra e de probidade”. Claro está que, não é só o Maçom que precisa possuir essas virtudes, porém, para ser Maçom essas qualidades são imprescindíveis. Temos de entender, igualmente, que ser desonesto não é somente enfiar a mão no bolso de outrem para roubar: por vezes certas atitudes podem ser consideradas, ainda, piores.

Estaremos sempre temerosos por saber que, eventualmente, em alguma Loja pode estar sendo chocado o ovo da velha serpente... Isso nos induz a ficarmos, eternamente, alertas, mesmo cientes de que não somos infalíveis.

Numa cerimônia de Iniciação nem todos conseguem compreender a possibilidade de se estar trazendo uma pessoa perniciosa. Se for o caso e alguém der o alerta, pode ser que nem tenha crédito. Mas, se houver um mínimo de esforço, verá e compreenderá o que nos espera lá dentro, no futuro. Através das finas membranas poder-se-á discernir de forma clara o reptil já perfeitamente concebido, e, teremos sidos os responsáveis – por ação ou omissão – por fazer germinar o ovo da serpente......

 
Bibliografia:


Anderson, James, - Constituições dos Franco-Maçons

Bergman, Ingmar – O Ovo da Serpente

Bryant, J. – Mitologia Antiga

Figueiredo, E. - . . . Entrando na Maçonaria

Macnulty, W. Kirk - Maçonaria

Mellor, Alec – Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons

Seitas Secretas – Coleção Mistérios do Desconhecido


ER.IU.IP


(*) E. Figueiredo - pertence ao CERAT - Clube Epistolar Real Arco do Templo /


Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas /


Membro da Confraternidade Mesa 22, e é


Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos – 669 (GLESP)





MAÇONARIA E RELIGIOSIDADE

Autor: Caio R. Reis
( crônica )

  Desde que entramos para a Ordem, um dos primeiros ensinamentos que recebemos é que religião e política partidária são duas coisas que não devem de forma alguma, serem trazidas para comentários dentro dos Templos ou mesmo nos círculos maçônicos.
  É exatamente esse princípio que torna possível a convivência harmônica de pessoas que professam diferentes credos ou às vezes nenhum.
  Quando digo nenhum, não quero dizer ateu, simplesmente refiro-me aquela pessoa que não possui nenhuma religião, apesar de crer em um princípio criador que não consegue defini-lo.
  Como maçons, temos o dever de respeitar a crença de cada um, porém não tentar impor ao nosso irmão dogmas e princípios que cremos serem os verdadeiros.

  Isso me faz lembrar aquele indivíduo que coloca a música do seu carro no último volume, tocando música sertaneja e sem a mínima preocupação se esse seria o gosto daquele que transita no carro vizinho ao seu e é obrigado a ouvir o tempo todo algo que abomina.
  Assim são as mensagens religiosas. Hoje com o advento da internet e a facilidade do envio de mensagens eletrônicas, recebemos quase diariamente dezenas de mensagens católicas que falam da visita de santos poderosos na sua residência e ensinam orações infalíveis. Por outro lado recebemos as mensagens espíritas que falam sobre reencarnação, mundo espiritual, mediunidade etc.
  A quase totalidade dessas mensagens provém de irmãos de Maçonaria. Não quero de maneira alguma ser indelicado com esses irmãos, mas apenas abordar um ponto que considero de extrema importância para a coexistência de todos os credos e mesmo de nenhum.
  A Maçonaria não exige que tenhamos uma religião e nem tão pouco que declinemos a nossa crença. Ela exige apenas a crença num Princípio Criador.

  Isso não quer dizer que devemos defini-lo e atribuir a ele qualidades humanas de bondade, fidelidade etc.

  A nossa inteligência é muito pequena para tentar definir o Criador.   
  Qualquer tentativa nesse sentido seria em vão.   Lembre-se meu irmão que a Maçonaria se compõe de indivíduos das mais diferentes crenças. Será que o seu irmão judeu ou muçulmano gostaria de receber orações de santos milagrosos ou talvez o irmão evangélico ouvir argumentos sobre reencarnação?
  Pensemos com mais profundidade nesses aspectos, pois eles são de uma importância vital para que a Maçonaria prossiga unida e coesa e para que os irmãos vivam em união.
  É respeitando que seremos respeitados, desta forma meus estimados irmãos, jamais tragam para os nossos Templos, temas que contenham aspectos religiosos, bem como evitem nos meios maçônicos, abordar esse tipo de exposição que somente serve para gerar discussões estéreis, alimentar discórdias e ferir suscetibilidades.















QUAL A VERDADE QUE INVESTIGAMOS?


Autor: Ir.˙. Caio R. Reis

Nós, maçons, somos investigadores da verdade. Assim aprendemos desde o dia que ingressamos na  Ordem.
Vamos então definir a qual verdade nos referimos. Seria Deus? Seria qual o nosso papel neste planeta? Seria a vida após a morte?
Qualquer que fosse a nossa definição uma coisa é certa. Todas essas indagações a serem investigadas, deveriam ser absolutamente desprovidas de quaisquer imposições dogmáticas.

Os dogmas são colocações imutáveis e não sujeitas a contestações e indagações.
Não creio que seria possível investigar qualquer dos temas acima mencionados se esbarrarmos em dogmas que impeçam a nossa investigação.
Sou um agnóstico convicto e como tal não tenho reservas para qualquer tipo de investigação.

O agnosticismo diz que não existem provas concretas da existência de Deus da mesma forma que não existem provas da não existência.
O agnóstico é como os pratos de uma balança em movimento, oscilando de um lado para o outro.

E o que seria então realmente, o agnosticismo?

Segundo definição da Enciclopédia Digital Koogan-Houaiss, “o agnosticismo é a doutrina que declara inacessível o absoluto ao espírito humano ou que considera vã qualquer metafísica ontológica.”
Diante disto, já que estamos em uma sociedade nascida enquanto dos aceitos junto com o iluminismo e podemos observar que mesmo dentre os racionalistas puros do século XVII há grande divergências entre seus pensamentos, é de se afirmar que o espírito humano, com sua mente limitada a uma capacidade mínima de uso, não tem como explicar ou declarar o que é o supremo. Compete-nos, contudo, estudar e pesquisar. Ampliar nossos conhecimentos e separar o que é de César e dar a César.

Eu me posiciono mais pela existência de um princípio criador que sou impotente para defini-lo e acho razoável, apesar de não existirem provas, que estamos sujeitos a  normas que regulam a nossa existência.

As vezes eu me pergunto se a crença em um princípio criador não seria um dogma que impediria um aprofundamento maior nesta questão.
Não me tomem como um ateu mas creio que devemos ouvir até mesmo os argumentos daqueles que definitivamente não admitem a existência de Deus.
Somente desta maneira estaremos realizando uma investigação honesta e imparcial.

Ë bem difícil ser maçom e despojar-se muitas vezes de princípios que trazemos arraigados desde a mais tenra idade. Esta porém é a única forma de investigarmos temas transcendentais  e desta investigação tirarmos algum proveito.

As duas grandes sociedades secretas que precederam a Maçonaria atual, e que existiram na Inglaterra no início de 1700, foram a “Royal Society” e o “Invisible College” que geraram as Lojas Maçônicas inglesas. Estas sociedades secretas reuniam-se de forma reservada pois eram compostas por investigadores da verdade e abrigavam no seu seio os grandes intelectuais da época. Caso os assuntos discutidos por eles chegassem ao conhecimento do Clero, corriam o risco de prisão, excomunhão e outros castigos porque a Igreja tinha em suas mãos o poder de Estado.

As Lojas Maçônicas que se originaram destas sociedades, formaram a Maçonaria como a conhecemos hoje em dia.
Existe uma corrente de maçons que diz sermos originários dos maçons operativos, que eram os antigos construtores dos templos. Eu, particularmente discordo desta afirmativa, pois esses maçons eram homens rudes, de pouca cultura e dificilmente teriam condições de discutir temas transcendentais. Descendemos sim, daqueles membros das antigas sociedades secretas, posteriormente transformadas em Lojas.

A Grande Loja da Inglaterra, originariamente Grande Loja de Londres,  nada mais era do que a reunião dessas Lojas e necessitava de uma Constituição para reger a Potência que ora se formava.
Naquela época por determinação superior as autoridades religiosas e os médicos tinham livre ingresso nas Lojas mesmo não havendo sido iniciados.
Assim foi que o Pastor Presbiteriano James Anderson sobre quem pairam dúvidas se foi ou não iniciado na Ordem, recebeu o convite, com mais catorze irmãos para escrever a Constituição Maçônica.

Tornou–se então a segunda Constituição Maçônica, mais conhecida como Constituição do Venerável  Pastor Presbiteriano James Anderson, publicada pela primeira vez no ano de 1723,  a primeira foi a Constituição francesa de 1523 que traduzia aquilo que continha a Constituição Gótica, mais simples talvez e sem motivações religiosas.
A Constituição de Anderson é impregnada pelo espírito místico-religioso, e mostra a Maçonaria como um sistema de ordem moral, um culto para conservar e difundir a fraternidade e união entre os homens e a crença na existência de Deus.



Sobre Deus e religião dizia o Pastor Anderson o seguinte:
 “Um Maçom é obrigado, por dever de ofício, a obedecer a Lei Moral; e se ele compreende corretamente a Arte, nunca será um estúpido ateu nem um libertino irreligioso.”
Muito embora nos tempos antigos os Maçons fossem obrigados em cada país a adotar a religião daquele país ou nação, qualquer que ela fosse, hoje pensa-se mais acertado, somente obrigá-los a adotar aquela religião com a qual todos os homens concordam, guardando suas opiniões particulares para si próprios, isto é, serem homens bons e leais, ou homens de honra e honestidade, qualquer que seja a denominação ou convicção que os possam distinguir; por isso a Maçonaria se torna um centro da união e um meio de conciliar uma verdadeira amizade entre pessoas que de outra forma permaneceriam em perpétua distância.

Algumas das Lojas inglesas, revoltadas com a imposição de dogmas, migraram para a França e insurgiram-se contra essa Constituição Maçônica e também com a interferência de religiosos da época nos assuntos da Ordem.
Na França, criaram o Rito Moderno que não questionava a existência  de Deus e não obrigava que a bíblia estivesse presente nas sessões maçônicas. Foram chamados de ateus, mas justificavam que esta era uma questão de foro íntimo de cada um e que tal assunto não interessava para a Maçonaria.

Foi dessa Maçonaria francesa que se originaram as primeiras Lojas brasileiras, como hoje as conhecemos. Faço todo esse relato para que os irmãos sintam como foi e tem sido difícil para nós maçons livrarmo-nos de tudo aquilo que impede sermos verdadeiros investigadores da verdade mesmo que transitória.

Assim, esperamos que as nossas mentes continuem cada vez mais, sendo abertas, para que possamos cumprir o nosso papel na sociedade, combatendo os fanatismos e livrando-nos de dogmas que possam servir como empecilhos para a busca da verdade.

Que o G.˙. A.˙. D.˙. U.˙. a todos ilumine e guarde.