O TEMPLO MAÇÔNICO

O TEMPLO MAÇÔNICO

CALENDÁRIO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2023

 





01 Fevereiro

Sessão Aprendiz/Companheiro Maçom

Boas vindas e Inst. CM


15 Fevereiro

Sessão Aprendiz/Companheiro Maçom

6ª Instrução AM + Leitura Inst. CM


01 Março

Sessão Aprendiz/Companheiro

Leitura 6ª Inst. AM + Instrução CM


15 Março

Sessão Aprendiz/Companheiro Maçom

4ª Inst. AM + Leitura trabalhos Inst. CM


29 Março

Sessão Virtual

Equinócio de Outono (Ir. Pas. Júlio Cesar)


05 Abril

Sessão Aprendiz/Companheiro Maçom

Leitura 4ª inst. AM + Inst. CM


19 Abril

Sessão Aprendiz/Companheiro Maçom

Trolhamento Aprendizes + Instrução CM


03 Maio

Sessão Aprendiz/Companheiro Maçom

7ª Inst. AM + Leitura Inst. CM


17 Maio

Sessão Aprendiz/Companheiro Maçom

Leitura 7ª Inst. AM + Trolhamento CM


31 Maio

Sessão Eleição


07 Maio

Sessão Mestres

Exaltação (Roberto e Leonidio)


21 Junho

Sessão Instalação e Posse

CORUJA

 



Autor: E. Figueiredo

A coruja gaba seu toco !”.

Provérbio Português

Nos debates, que se seguiram após uma palestra Maçônica, um dos assistentes

perguntou se a coruja era uma símbolo Maçônico. Todos caíram na gargalhada, inclusive

o próprio palestrante, que não alterou sua postura, mesmo imaginando que fosse uma

brincadeira.

Apesar de não ter conexão com a palestra que havia sido proferida o palestrando deu

algumas informações sobre a ave. Em tom de bastante seriedade.

Ele iniciou explicando que a coruja não é um ícone Maçônico, porém que é um símbolo

milenar de sabedoria, qualidade que todos nós almejamos. Citou que cada animal tem

sua característica essencial nos ensinando, através da expressão da sua natureza.

Podemos aprender muitas coisas com a coruja, pois é, uma ave fascinante.

Lembrou que a coruja é uma ave noturna Fica acordada durante a noite. Sua imagem é

associada ao oculto e a alta percepção, pois, na sua jornada noturna, se guia pela

claridade da Lua. Ela nos ensina a ver todos os lados de uma situação por ser capaz de

girar com sua cabeça e ver tudo o que acontece ao seu redor.

A coruja tem muitos simbolismos. É uma ave feia e atrai pensamentos sobre a noite,

sobre a vida, sobre mistérios e sobre filosofia. Para muitos povos, a coruja significa

mistério, inteligência, sabedoria e conhecimento. Seus hábitos noturnos fazem essa

criatura ser muito respeitada. Sua habilidade de ver através da escuridão, faz com que

ela enxergue além dos outros, definindo assim sua capacidade de decifrar os sinais de

perigo e de garantir uma boa caça, bem antes dos outros animais.

Se imitarmos a conduta da sábia coruja, entenderemos a importância de ter tal foco,

sabendo ouvir e enxergar com o máximo de atenção, cautela e observação. Trata-se do

poder que a coruja demonstra ter de não atacar, mas utilizar sua força em observar e agir,

estar desperta, decifrando o que estaria oculto e ainda nos dá lição de humildade não

voando alto mas voa, silenciosamente, longe, sendo um símbolo de ver além das ilusões.



A coruja simboliza a reflexão e conhecimento racional e intuitivo. Tais características

como algumas de um legítimo Maçom. Talvez isso levasse a se pensar que a coruja

poderia ser um símbolo da Maçonaria.



Os ocultistas da Antiguidade e Alquimistas Medievais associavam a coruja a um símbolo

das ciências ocultas e práticas de magia. Na mitologia grega, Athena, a deusa da

sabedoria e da guerra, era uma admiradora da coruja e tinha uma sempre sobre o seu

ombro. No esoterismo é utilizada como arquétipo e símbolo esotérico.

A figura da coruja está associada a simbologia da magia.

Em algumas religiões pagãs, essa ave é o símbolo que

representa poderes mágicos e as capacidades das bruxas.

Alguns países africanos têm a coruja associada à feitiçaria.

Há um infinidade de ligações dessa ave com várias

atividades, e, que a Coruja, merecidamente, faz jus a ser

considerada símbolo da Sabedoria, Espiritualidade

Conhecimento e Consciência. Desde a antiguidade é utilizada como ícone da Filosofia,

das Ciências Ocultas e do Conhecimento Universal.

Costumamos chamar o Maçom muito estudioso de Maçom Coruja, referindo-se à lógica e

à inteligência. É quem se identifica com a Coruja , uma pessoa com alta Inteligência

lógica que resolverá todos os problemas. Esse tipo de personalidade Maçônica gosta de

saber o que está acontecendo ao seu redor, aprofunda seu conhecimento, especialmente

na área da Arte Real. A exemplo de uma coruja.

A coruja poderia representar a Maçonaria, também......



IS.IP.EIEN


(*) E. Figueiredo – é jornalista – Mtb 34 947 e pertence ao

CERAT – Clube Epistolar Real Arco do Templo/

Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas/

Membro do GEMVI – Grupo de Estudos Maçônicos Verdadeiros Irmãos/

Integrante do Grupo Maçonaria Unida

Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos – 669 – (GLESP)

 O MITO DA CAVERNA




Autor: E. Figueiredo (*)

 

AS coisa mais indispensável a um Homem

é reconhecer o uso que deve fazer do seu

próprio conhecimento !”

Platão , filósofo (427 a.C-348 a.C.)

 

Num quarto-de-hora-de-estudos, de uma sessão Maçônica, um dos obreiros apresentava um trabalho que despertou muito interesse. Quando do debate, ao responder a uma pergunta, mencionou que ingressar na Maçonaria fez com que ele saísse do MITO DA CAVERNA.

 

Ninguém presente entendeu, nem eu !

 

Em rápidas palavras ele deu as explicações sobre a analogia que havia explanado na apresentação do seu trabalho.  Iniciou dizendo que a expressão, criada pelo filósofo grego, Platão, podia ser entendida como uma crítica a quem aceita tudo que é posto pelo grupo dominante sem questionar a realidade.   Essa metáfora, dizia o Obreiro, trata de dois conceitos, esses concernem o mundo sensível e o mundo das ideias; em suma, para o pensador esses conceitos definem a realidade como se fosse composta por dois domínios. Acrescentou, ainda, que era notável, pela analogia  que podemos fazer com os ensinamentos  Maçônicos, a alegoria da caverna, utilizada por Platão, para ilustrar como nossos sentidos são falhos para perceber a realidade do mundo. Nessa parábola, Platão concebe um grupo de pessoas vivendo acorrentado dentro de uma caverna desde o momento do seu nascimento.

 

O Mito da Caverna, também conhecido como Alegoria da Caverna ou A Caverna de Platão, é um dos mais conhecidos e faz analogia ao mundo pré-conceituoso e ao mundo do conhecimento.  Foi escrito pelo filósofo e matemático Platão, considerado um dos mais notórios pensadores da história da Humanidade.  A história alegórica foi narrada no livro A REPÚBLICA, sua obra mais complexa, uma metáfora de caráter filosófico-pedagógico apresentando o diálogo entre Sócrates, personagem principal, e Glauco, o interlocutor, um jovem aprendiz.

 

A REPÚBLICA é a obra mais importante de Platão, filósofo grego que viveu entre os séculos V e IV antes de Cristo. De caráter político, prega um Estado ideal governado por lideres justos, sábios e instruídos.  Para Platão o Homem capaz para reunir essas qualidades seria o filósofo.

 

O texto foi escrito com uso do método dialético e contém uma série de ideias desenvolvidas por Platão ao longo da vida, dentre elas a divisão entre o mundo sensível e o mundo inteligível, ideias que foram inspiradas nas teorias de Sócrates.  Explica que o mundo sensível é aquele no qual os sentidos são quem determinam a experimentação das coisas e dos fatos.  Quanto ao mundo inelegível é aquele no qual a razão é que determina o entendimento das coisas.  Isto é, o Mito da Caverna apresenta as bases para explicar o conhecimento do senso comum em oposição ao conhecimento do senso crítico.

 

Segundo o filósofo, a caverna seria o mundo atual onde os seres humanos vivem. A narrativa descrita por Platão cita que havia algumas pessoas aprisionadas em uma caverna desde criança. Essas viviam com os braços, pernas e pescoços acorrentados, visualizando apenas suas sombras, que eram projetadas ao fundo da caverna.  Havia uma fogueira atrás dessas pessoas, na qual homens passavam perto transportando objetos e fazendo gestos, que refletiam em sombras distorcidas para os que estavam no interior da caverna e era o único conhecimento que tinham.

 



Um dia, um dos prisioneiros conseguiu se libertar e saiu para o mundo exterior e se surpreendeu com que havia encontrado.  Todavia, a luz solar ofuscou seus olhos provocando a vontade de voltar à caverna. Porém, ele já estava se acostumando com as novidades encontradas e um monte de coisas que não havia onde morava. Aí ele percebeu que as sombras que via, na caverna, eram apenas cópias imperfeitas da realidade que então acreditava.  Assim, ele ficou pensando que poderia fazer duas coisas:  Voltar à caverna e libertar os outros que lá ficaram ou permanecer fora vivendo a sua liberdade.  Embora a primeira opção tivesse o risco de ser julgado pelos prisioneiros como doido, seria uma ação necessária, por ser o mais justo e perfeito a se fazer.


São muitas as interpretações que podem ser obtidas dessa metáfora.  Para Platão, a caverna representa o mundo em que todos nós vivemos.  A Humanidade.  Quanto as correntes, seriam as crenças, culturas e informações obtidas no decorrer da vida, revigorante da ignorância que aprisiona as pessoas.  Atados aos preconceitos e sem querer ir ao encontro de um sentido racional, se poupando de pensar e refletir, o Homem permanece como prisioneiro. Além disso, o Mito da Caverna é uma forma de dizer que são poucas as pessoas que tentam ver o exterior, entender a cultura, a fé.  A maioria, simplesmente, não aceita aquilo que não conhece, vendo-o de forma negativa. Como dizem os autores clássicos, é o amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância. 

 

Dessa forma, as sombras nas paredes, e os ecos no interior da caverna, são ideias preestabelecidas, as opiniões erradas do outro que julga ser verdadeiro.

 

A Alegoria da Caverna foi um modo de contar, imaginariamente, o que conceitualmente o Homem teria dificuldade para entender, já que , pela própria narrativa, o sábio nem sempre se faz ouvir pela maioria ignorante.

 

Quando o Homem consegue se libertar das correntes e viver o mundo exterior, que desconhecia, aquele que vai além do juízo de valor, conquistando o conhecimento verdadeiro, ele sai da caverna.  O ingresso na Maçonaria, como que saindo do Mito da Caverna, citado pelo Obreiro, foi o conhecimento que adquiriu ao se tornar um Maçom e passar a enxergar a Verdadeira Luz.  Aliás, diga-se de passagem, é de Platão a metáfora segundo a qual Deus é o Grande Arquiteto do Universo.

 

O Grau de Aprendiz, no simbolismo Maçônico, representa o Homem na sua primeira infância, nos primeiros séculos da civilização.  E seus olhos, ainda fracos, não podem contemplar diretamente o fulgor do Sol, e , por isso, que na Loja está sentando no topo da Coluna do Norte. As instruções recebidas nesse grau têm por finalidade demonstrar ao novo Iniciado, a escravidão em que vive, despertando no seu coração o sentimento da  sua própria dignidade e incentivando-o na busca do conhecimento e da verdade.  Dessa forma, a caverna representa o nosso mundo interior, nossas limitações  a chamada zona de conforto. Já os prisioneiros são todos os indivíduos que, na realidade, vivem em um tipo de escravidão inconsciente.

 

A caverna estava simbolizando o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. E só é possível conhecer a realidade quando no libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.

 

Os Maçons optaram por não permanecerem nas sombras.  Foi a analogia feita pelo Obreiro ao dizer que ingressar na Maçonaria fez com que saísse do MITO DA CAVERNA...

 




 


Fontes consultadas

 

    Platão – A República

      Ribeiro, Jorge Cláudio – Ousara Utopia

         Watanabe, Lygia Araújo – Platão por Mitos e Hipóteses

 

        (*) E. Figueiredo – é jornalista – Mtb 34 947 e pertence ao

                                               CERAT – Clube Epistolar Real Arco do Templo/

                                               Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas/

                                               Membro do GEMVI – Grupo de Estudos Maçônicos Verdadeiros Irmãos/

                                               Integrante do Grupo Maçonaria Unida

                                               Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos – 669 – (GLESP)


EGRÉGORA

 Autores : Fábio Aquino A´. M.´., Danilo Ogeda A.´. M.´. e José Paulo Batista A.´. M.´.





A Egrégora, ou Egrégoro para outros, (do grego egrêgorein, velar, vigiar), possui várias definições, mas todas convergem para o sentido de uma soma de consciências individuais em um grupo, cujo resultado é infinitamente superior ao do simples processo aritmético. É a aura formada pela união de um grupo, a força da alma coletiva. No sentido esotérico, egrégoras são “devas”, entidades ligadas à natureza que, invocadas pela união, podem ser manipuladas, a fim de atingir-se um objetivo comum. Notas importantes: 1. É importante ressaltar que as egrégoras são formas-pensamentos grupais, acumulada pela força dos rituais, preces, orações, iniciações, dedicação, devoção, exercícios e meditações. É uma criação mental e, se assume a força de um “deva”, é devido às fortes concentrações do pensamento humano para um fim comum. A Maçonaria especulativa dos dias atuais possui rituais e alegorias seculares, cuja reiteração constante nos trabalhos pode levar o recém-iniciado ou alguns IIr.'. mais antigos a considerá-los enfadonhos e demorados. Porém, o significado da ritualística é muito mais abrangente e extrapola os limites materiais e sensoriais da vida profana.
Notas importantes:
1. Esse cansaço ou tédio sentido por muitos deve-se devido à falta de sintonia com a própria condição de “ser maçon” e não de “estar maçon”. Muitos são os que assumem uma postura maçônica somente no momento da ritualística e nas horas que se encontram entre irmãos. Esquecem-se de que a condição de iniciado não se limita apenas a estes momentos, mas é uma condição para ser vivida integralmente e o tempo todo.
Já ao concentrar-se no Átrio, os IIr.'. MM.'. preparam-se para o processo de desvinvulação do mundo material, liberando-se de toda a rotina e pensamentos diários e abrindo suas mentes para a simbiose que virá a se estabelecer no Templo, entre o mundo real nele representado – o axis mundi, seus respectivos templos interiores e o Sagrado.
Notas importantes:
1. Essa desvinculação do mundo externo só se torna possível quando se leva em consideração a condição de “ser maçon” dentro e fora dos Templos e na companhia ou não de outros irmãos, mesmo no mundo externo, em profundo silêncio, uma vez que a condição de “ser maçon” é um estado de alma e um estado mental, que veicula a força de Egrégora onde quer que esteja o Ir.'. A conexão com o Mundo Interior deve ser constante na vida de um Ir.'. Maçon. Eis uma das questões mais fundamentais que sustenta a Força da Egrégora.
“Cobrir o Templo” não pode simplesmente interpretado como o ato de resguardar-se da presença de profanos curiosos e/ou mal-intencionados. Ao fechar a porta do Templo e dirigir-se ao 1 o Vig.'. dizendo sua frase milhões de vezes repetida, o Ir.'. G.'. do Templ.'. Informa estar o ambiente interno livre das interferências externas, sejam elas de qualquer esfera, física ou espiritual. Nesse momento, também os IIr.'. presentes devem ter seu templo interno coberto, sua mente livre de pensamentos impuros e pertubadores.
Notas importantes:
1. Tome muito cuidado com a palavra “profano”, que significa “diante do sagrado” e deve aplicada aquele que é recebido no Templo e está pronto para receber a Iniciação. Não permita que este termo maçônico tão nobre assuma uma característica preconceituosa e pejorativa, contrariando os princípios de LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE tão caros à Maçonaria. Considere no lugar de “profano” a palavra “leigo”. O sentido pejorativo e herético da palavra “profano” é aplicado apenas pelas religiões. Guardemos o seu Sagrado Simbolismo para a recepção de todos os novos postulantes!
A chamada aos oficiais e os questionamentos a eles efetuados são o processo de invocação dos seres habitantes dos mundos invisíveis, os devas representativos de cada função imprescindível à formação da Loja. Por fim, o Ven.'. Mest.'., formando com os IIr.'. VVig.'. a manifestação da Trindade Divina; e após a leitura da passagem do L.'. da L.'., em nome do G.'. A.'. D.'. U.'., declara aberto os trabalhos.
Notas importantes:
1. A Loja somente se forma quando todos os Irmãos presentes estão imbuídos no Ritual de coração e mente; não apenas de corpo presente pensando em coisas completamente alheias e distantes ao Ritual realizado. O desligamento total do mundo externo começa com uma atitude mental positiva à sua própria de iniciado. Eis um dos mais importantes significados da ética maçônica aplicada à atitude moral, que possui um sentido muito mais elevado dentro de nossas fileiras.
O S.'., a B.'. e a A.'., feitos simultaneamente por todos os presentes são o clímax do ritual de junção do microcosmo ao macrocosmo; da comunhão dos planos Físico e Divino; o momento em que todos passam a estar unidos por um elo transcendental, o nascimento de um único consciente coletivo, capaz, através de seu poder ilimitado, alcançar todos os objetivos sinceros e positivos, desligado de interesses mesquinhos; manifestação sagrada da ação interventora e conciliadora do G.'. A.'. D.'. U.'..
Por conclusão: a Egrégora Maçônica. Notas importantes:
1. A Egrégora Maçônica só responde àqueles que estão sintonizados de mente e coração no espírito da Ritualística e também de suas vidas externas ao Rito. “Ser Maçon” deve ser sempre preponderante à situação de “estar Maçon”.
A Egrégora Maçônica, manifestada também em toda sua intensidade durante a C.'. U.'., visa a maximização do poder das consciências presentes por um objetivo específico, somadas estas a de todos os Iir.'. MM.'. que caminham e caminharam pela Terra. Toda a energia acumulada pelos séculos em inúmeras sessões maçônicas pelo mundo afora, todo o esforço dedicado pelos obreiros praticantes dos augustos mistérios; uma cadeia mística interligada por uma corrente de energia. Pergunto aos IIr.'.: estaríamos todos livres das influências do mundo profano quando aqui adentramos? Nosso templo interior está realmente coberto? As atribulações do dia-a-dia não acabam por interferir em nossa concentração e prejudicar o que se repete pelo infinito dos tempos? Ainda antes, no Átrio, preparamo-nos adequadamente para receber e transmitir a energia-fruto de nossa união no Templo?
Notas importantes:
1. Essas perguntas todos nós devemos nos fazer antes de nos dirigirmos para o Ritual Maçônico. Esse profundo exame de consciência é o quanto basta para que possamos dar mais qualidade ao próprio trabalho e juramento com o qual nos comprometemos à Glória do G.'. A.'. D.'. U.'. Caso não venhamos a estar preparados, tornar-se-ão os trabalhos cansativos – porque não dizer repetitivos. As etapas ditas “administrativas”, como a leitura das colunas gravadas e do balaústre, e a passagem do Bolsa.'. de PP.'. e II.'. e do T.'. de S.'. serão aproveitadas para conversas paralelas e desconectadas da reunião. Ansiosos estaremos para o fim dos trabalhos, com a consequente passagem para o salão dos banquetes, despojados de nossas vestes ritualísticas e liberados para tratar de assuntos amenos.
Notas importantes:
1. É preciso fazer do salão dos banquetes apenas um momento a mais de prazer e regozijo por uma obra bem feita e realizada dentro dos trabalhos; e não como um momento de alívio e de liberação de algo penoso. O cansaço e o tédio são sempre devidos à falta de sintonia com a própria Egrégora Maçônica e com o predomínio do ego humano sobre a missão assumida. Sim, devemos nos preparar. Já no amanhecer do dia destinado à reunião entre os IIr.'. podemos pressentir a energia positiva que advém da proximidade da hora. Mesmo que nossas atividades diárias venham a ser desgastantes, é em Loja que encontraremos o amparo da acolhida, o amor fraternal e a força do eterno recomeçar. O Átrio deve ser entendido em toda sua significância. Deve ser o local de despedida do mundo externo e da concentração e da inspiração para adentrarmos, em silêncio e respeitosamente, àquele espaço onde poderemos unir nossas forças para o bem comum e de toda a humanidade.


Notas importantes:
1. Este trecho merece uma pequena retificação, pois a união só dará se todos trouxerem em suas mentes e corações as suas forças interiores plenamente ativas para a perfeita consecução dos trabalhos. A união com a Egrégora depende da sintonia e da concentração mental de cada Ir.'. que deve juntar sua Luz Interior à Ritualística para que a Egrégora Maçônica se manifeste com toda sua plenitude. O Ritual deve ser muito mais do que meras palavras e textos decorados declarados da boca para fora, mas deve, antes de tudo, se transformar em palavras de fogo e vida.
Por fim, nossa estada, do meio-dia à meia-noite, no tempo do não-tempo, naquele que representa não só as características do Templo do Rei Salomão, mas que sim, é um ser vivo, organismo que passamos a compor quando do início dos trabalhos, deve ser aproveitada ao máximo. Nossa energia espiritual deve estar interligada a dos demais IIr.'., sejam os presentes, sejam os que por aqui passaram, sejam todos os obreiros de todas as épocas e lugares. Deixemo-nos levar e estaremos satisfeitos por fazer parte desta construção. Dessa consciência individual e da força congraçadora, construtiva e transformadora da Egrégora Maçônica depende a continuidade da Maçonaria como guardadora dos augustos mistérios, e da humanidade como um todo, na busca por seu aperfeiçoamento.

JESUS E O MAÇOM

                                                                                                                  Autor: E. Figueiredo